terça-feira, 30 de abril de 2013

Adorável realidade.

Todas nós temos o sonho de ser como Cinderela, depois de tanto sofrer, em um lindo dia, fugindo de sua realidade dolorosa, das criticas, das palavras torpes, sair, ir a um lugar onde jamais imaginaria estar e, de repente, o impossível acontece: um lindo rapaz, jovem, atlético, gentil(gentileza cuja qual jamais sentira), a chama pra dançar e revela seu amor, sua intenção de ser seu para toda vida, te tirar do sofrimento, ser seu escudo, sua fortaleza.

Contos de fadas nos ensinam a acreditar, não no impossível, mas em si mesmas, nos fazem crer que tudo pode ser diferente, em algum momento de nossas vidas, como um sonho, um belo príncipe, alguém especial. Pena que não nos ensinam que, pra que um dia haja um príncipe, haverão muitos bobos da corte e sapos que só irão zombar de você, te fazer promessas que jamais serão cumpridas, te fazer chorar sem motivo, te fazer ver o quanto insignificante o amor pode ser quando despedaçado sem motivo.

Adorável realidade, não acham?

Nosso sonhos são destruídos todos os dias, a realidade nos bate a porta e nos mostra o quão frágeis podemos ser, nos tirando o chão e, por vezes, nos colocando em precipícios que jamais imaginaríamos existir, nos obrigando a transpô-los para que a arte da sobrevivência seja mantida, por vezes, muitos não conseguem obter êxito, se perdendo e morrendo por dentro.

O morrer é inerente ao ser humano, mas o cair no precipício, sem que possa se levantar, é doloroso, uma dor de silêncio, isolamento e solidão, sem nenhuma perspectiva de como voltar ao topo, de como escalar se não há forças que faltam pelo sofrimento da alma, da existência de ser.

Esquecemos que este morrer ilusório é por nós permitido, deixando que as pessoas nos causem tamanhas decepções, entrando e saindo de nossas vidas, às vezes apenas por palavras, gestos e demonstração de carinho, nos demonstrando intenções de apenas ser amável, mas, com a carência do ostracismo causado pelo abismo, nos doamos, cedemos e, novamente, nos machucamos.

Fatos que ocorrem hodiernamente, em todas as classes, cleros, sexualidades, raças, nacionalidades. Realidade de muitos que só querem uma simples migalha de afeto, sonham em ser mais do que chocalhos de bobos da corte, pensam em ter o lindo sonho de Cinderela ser, um dia, se sentir completamente amada, protegida e segura.

Divagando pelos caminhos que possuímos, nos deparamos e nos depararemos com muitos que um dia poderão não ter sido nada mais que apenas palavras desferidas de sonhos, continuemos caminhando, passarão mais milhares que, apenas por um momento fútil de satisfação, lhe farão juras eternas, e eu digo:

"Acredite, todo ser humano nasceu para ser amado"

Mesmo que em minha idiossincrasia acredite que não nasci para ser amada, mesmo que eu tenha sofrido tantos desalentos da vida que não creia mais no amor, sempre direi:

 "Acredite, todo ser humano nasceu para ser amado"

E poderá vir a indagação:

"Se lhe é crível que todo ser humano nasceu para ser amando, por que não lhe é concebível?"

A resposta nada mais é do que minha simples e adorável realidade de ter acreditado em tantos bobos da corte, imaginando serem príncipes, que meu coração se tornou despedaçado, se tornou tão depredado que não creio que o amor destinado à mim possa existir, tantos "sapos", tantas sonhos desfeitos, tantas promessas profanas que causaram-me sofrimento, portanto, não creio que o dito amor seja uma realidade palpável por mim. A solidão tem-me sido companheira, em noites de lágrimas e quarto escuro, tem me feito repensar sobre tantas coisas que me deixei passar por crer no amor, por acreditar nas pessoas, meus falsos príncipes que jamais passaram da imagem de sapos dos contos infantis. Fui usada, maltratada, usurpada de meus sentimentos, mas, ainda assim enfatizarei:

 "Acredite, todo ser humano nasceu para ser amado"